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Educação de Jovens e Adultos.

Reflexão sobre o papel da educação, segundo Paulo Freire.

         A educação Freiriana busca ir ao encontro das características naturais e locais do nosso aluno e aluna, valorizando sua bagagem de vida, as coisas que ele e ela já viveram e tiveram significação nas suas vidas, para provocarem novas aprendizagens e novos saberes, precisamos partir de seus conhecimentos prévios como o seu vocabulário e os seus costumes e sua cultura.
         Uma educação que inclua e aceite as diferenças étnicas, não desprezando pela cor da pele, ou qualquer outra característica da predominância dessa criança, afinal os negros, os índios, os brancos, os meninos e as meninas podem ter o mesmo potencial de aprendizagem, que é fortemente encontrado também nos portadores de necessidades especiais, que devem ser respeitados no seu tempo e momento de aprendizagem, tendo oportunidades para novas descobertas.
         O principal objetivo da educação popular é incluir o sujeito no contexto de uma sociedade humana, critica e dialógica, que segundo Paulo Freire passa por dois momentos, o primeiro é a CONSCIENTIZAÇÃO desse sujeito da sua necessidade, e em uma segunda etapa é a INCLUSÃO, que não pode ser feita PARA o ator social, mas COM O mesmo, interagindo, participando e buscando o seu lugar no mundo. Estudar não é o ato de consumir idéias, mas de criá-las e recriá-las. 
         Para Freire, dessa forma estaremos formando e educando cidadãos críticos e conscientes de seus deveres e obrigações, aptos a contribuir e participar de uma sociedade cada vez mais competitiva e globalizada. Para ele essa é a verdadeira educação como prática de liberdade.
     

Reflexão sobre observação em EJA.

          Realizei a minha observação em Educação de Jovens e Adultos, nos dias 08 e 15/04, sempre à noite. A turma observada corresponde ao terceiro ano do Ensino Fundamental, nessa escola denomina-se de etapa.
          Eu tive muitas surpresas durante essa observação, me deparei com um ambiente muito diferente daquele que vivo nas escolas de ensino fundamental, e até mesmo do que eu imaginava que fosse a EJA. Esperava encontrar alunos motivados, determinados, afinal já tem alguma idade, experimentaram muita coisa, poderiam saber o que querem, e encontrei pessoas com vergonha da sua situação, constrangidos por estarem naqueles locais.
         Os jovens pouco pararam para conversar conosco, e havia um senhor de idade, que não fazia perguntas, e concluímos que ele achava humilhante perguntar na idade dele, muitos usavam capuz e meio que se escondiam não se aproximavam de frente olhando para nós. Teve um senhor que ficou calado o tempo todo durante a aula, quando tentei conversar com ele foi saindo de mansinho, eles sofrem por causa do preconceito que eles também têm, precisamos ter toda uma sutileza no trato para não melindrar, para não afastar ninguém com a nossa presença.
         Esse fato só pode ser em função do preconceito que são vitimas os alunos que buscam saberes fora da idade dita “certa” para estudar, afinal o que é errado, não fazer nada e se acomodar ou ir a luta e fazer a diferença, eu não tenho dúvidas que eles estão no caminho certo, sempre é tempo para mudar, para acrescentar algo novo aquilo que já sabemos, e para admitir que se perdemos tempo lá atrás, estamos dispostos a recuperar a buscar, com força, garra, determinação e vontade.
         Para a minha formação a experiência foi válida no sentido de mostrar um ambiente da educação que eu não conhecia, e para entender quanto à motivação faz diferença até mesmo nos bancos escolares, quando estiver frente a uma turma de jovens e adultos darei a eles todo um tratamento com base no respeito e na aceitação das diferenças. Não consegui ter nenhum tipo de encantamento para com a prática de EJA, e continuo buscando espaço para o meu estágio, que poderá ser em gestão ou docência, vou aguardar esse processo para expor mais sentimentos.
    
     


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