boneca

boneca

Interdisciplinaridade no 5º semestre



























Este é um trabalho interdisciplinar, que contemplou todas as cadeiras do semestre.
View more presentations from IPA Metodista.


Falar errado ou falar antigo. 

   Essa é uma síntese de alguns capítulos do livro A língua de Eulália escrito por Marcos Bagno. Na sua trajetória em defesa das várias manifestações lingüísticas, o autor reúne nessa novela, a professora Irene, sua sobrinha Vera que também é professora e estudante, mais duas amigas Silvia e Emilia também universitárias, elas estão de férias em uma cidade no interior de São Paulo, e aproveitam para ter aulas sobre conhecimentos lingüísticos com a tia de Vera. Tudo começa quando Emilia e Silvia riem do modo simples de falar da Eulália, que trabalha com a tia Irene, e esta resolve mostrar a elas que falar diferente nem sempre é falar errado, que muitos erros estão justificados na história e na origem da nossa língua. 
      Um dos capítulos que vamos apresentar tem por título: Quem era o home que eu vi onte na garage? - segundo o Bagno todas essas palavras passaram por um processo de desnasalização das vogais postônicas, que se originaram do latim e eliminaram a nasalidade das vogais localizadas após a sílaba tônica, a causa pode ter sido a freqüência do uso na norma padrão, o que atingiu também as palavras terminadas em “ão”. 
    O outro capítulo é: Quem não se alembra de Camões? – que trata do arcaísmo no português do Brasil. Aqui o autor coloca que muita coisa que a gente pensa que está errada, na verdade, são heranças muito antigas, verdadeiros fósseis lingüísticos, que recebem o nome de arcaísmos. 
   Outra falta de informação lingüística e histórica é quando vemos programas de televisão e até mesmo peças de teatro imitando os portugueses da época do descobrimento do Brasil, como os portugueses falam hoje em Portugal, o português falado na Europa foi se modificando, como é inevitável, e em função da distância o português daqui sofreu outras transformações, apesar da norma-padrão brasileira tentar seguir as normas do português-padrão de Portugal. 
    Outro fator que influenciou na língua foi o sistema de colonização, devido ao nosso sistema climático, geográfico e de cultura muito ingênua e farta, despertou a cobiça dos europeus, que mais evoluídos na época determinaram qual a língua a ser falada, silenciando a tradição lingüística dos verdadeiros donos da terra “Os Índios”. 
   Concluímos dizendo que não devemos acusar ninguém de estar falando “errado” quando simplesmente pode estar falando com alguma herança gramatical.

Referências:

BAGNO.Marcos, A Língua de Eulália, ed. contexto, São Paulo, 2008. 


Fundamentos e Metodologia da Alfabetização e Letramento.





PROJETO DE TRABALHO


Gêneros escolhidos: Noticias (relatar) e Conto de fadas (narrar).

Título do Projeto: Criando e recriando com produção textual.

Série: 4ª série ou 5º ano do Ensino Fundamental.


I JUSTIFICATIVA


        A melhor alternativa para trabalhar o ensino de gêneros textuais é envolver os alunos em situações concretas de uso da língua, de modo que consigam, de forma criativa e consciente, escolher meios adequados aos fins que se deseja alcançar. É ter consciência de que é na escola o melhor local para criarmos ocasiões de produção de textos. Mas não basta explorar apenas as características de cada gênero, isso não faz com que ninguém aprenda a, efetivamente, escrever, é preciso discutir por que e para quem escrever, afinal quem vai se dar ao trabalho de escrever para guardar?
        Quando oferecemos essa proposta aos alunos é preciso ter bem claro qual o objetivo que terá esse texto e para o que será usado, só terá significado para a criança, se alguém for realmente ler esse texto e utilizar seu conteúdo para um propósito, dessa forma é possível pedir que escrevam desde um pequeno bilhete até uma carta, ou a reescrita de uma história que já conheçam, podendo inclusive criar sua própria história ou narrar um fato acontecido.
        É por isso que não faz sentido pedir aos alunos para escreverem somente para se ler e avaliar. Quando alguém redige uma notícia, é porque muitos vão lê-la. Quando alguém produz um conto, uma história é porque espera emocionar, provocar ou simplesmente entreter diversos leitores, e tudo isso é possível de se fazer na escola.
        O texto jornalístico pode ser trabalhado de diversas formas na escola, os alunos podem participar da montagem de um jornal escolar, redigindo fatos do cotidiano, já que podemos considerar que as noticias são mais antigas que os jornais, concluiu-se então que sempre haverá o que contar, com esse objetivo pode-se orientá-los na forma gramatical correta para escrever um artigo jornalístico. Também trazer noticia atual para a sala de aula, e provocar debates e reflexões sobre o assunto é um ótimo recurso para informação e formação de opinião no leitor crítico que estamos buscando.
         Atualmente tudo gira em torno das noticias que são veiculadas na mídia, e elas chegam até nós com uma velocidade violenta, seja pelos jornais, televisão, internet enfim, nossos alunos estão cercados de informação e precisam saber entender e filtrar tudo que estão recebendo, por meio de oficinas e atividades focadas nesse gênero, eles poderão alcançar essa compreensão e a autonomia necessária, para fazer inclusive comparações entre um veículo de noticia e outro.
         Trabalhar reescrita em sala de aula é muito mais do que se ter um texto para corrigir, como pode parecer reescrever é contar como entendemos e com as nossas próprias palavras, pode ser também um excelente exercício para começar a praticar reflexão e escrita, muitos alunos no começo tem dificuldade para iniciar uma narrativa, a folha em branco pode inibir a criatividade e demoram a ter idéias, a reescrita encurta esse caminho proporcionando o uso da grafia e vocabulário próprios.
         Para reescrever podemos oferecer várias possibilidades, uma delas é a troca do narrador que se for onisciente deverão ser feitas algumas adaptações, por um personagem, quando usado em contos de fadas, favorece a criatividade e o livre acesso aos pensamentos e sentimentos dos envolvidos na trama, é possível também fazer uma atualização de fatos, colocando objetos e coisas da vida moderna a disposição dos personagens.
         Por fim, vale destacar que quando os gêneros são ensinados como instrumentos para a compreensão da língua, não importa quantos ou quais se trabalha desde que o objetivo seja formar alunos que aprendam a ler e escrever de verdade.

II OBJETIVOS

2.1     Geral

  • Desenvolver comportamentos leitores, linguagem oral e familiarizar-se com os gêneros textuais: literário e jornalístico.

2.2     Específicos

  • Reescrever um conto tradicional tendo um personagem como narrador;
  • Trabalhar focalização (ponto de vista do narrador) e modalização (voz narrativa);
  • Identificar diferentes propósitos de relato pessoal e o narrador em primeira pessoa;
  • Organizar informações e registrá-las para expor idéias;
  • Avançar no modo como entende a escrita, a leitura e a comunicação oral.


III CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS

- Conteúdos Conceituais;
  •  Seleção de diferentes gêneros textuais em diferentes fontes, observando seus propósitos.

- Conteúdos Procedimentais;
  • Produção e revisão de texto usando os recursos de escrita (vocabulário de época, riqueza de detalhes descritivos e pontuação);

- Conteúdos Atitudinais;
  • Comportamentos leitores, comunicação oral, produção de texto e revisão (ortografia e aspectos discursivos)

IV METODOLOGIA


         Utilizando como base uma reportagem jornalística, publicada em uma revista vou propor a reescrita de um conto de fadas.

         1ª etapa: Partindo do conto tradicional Chapeuzinho Vermelho, que é bastante conhecido por todas as crianças, vão reescrever a história contada por um dos personagens. Na coletânea vão estar várias versões do mesmo conto, para que tenham vários episódios e características dos personagens.

         2ª etapa: Vamos ler algumas versões e discutir alguns pontos que vão ajudá-los a escrever os próprios textos. (Quem está contando a história. O que ele sabe sobre a vida, os pensamentos e os sentimentos dos personagens. Quais as características dos personagens. Que mudanças seriam necessárias para que um deles fosse o narrador.).

         3ª etapa: Pedir que cada um escolha o personagem que vai narrar sua história, deixar que soltem a imaginação e reescrevam suas histórias, propor algumas revisões durante a construção.


4.1 Situações Didáticas

  • A oficina será realizada na biblioteca;
  • Acesso a todas as versões disponíveis;
  • Liberdade de escolher o personagem, e o que reescrever.
V AVALIAÇÃO

·        Nos debates durante a leitura, na produção de texto e nos processos de revisão, verificar se cada aluno compreendeu e utilizou adequadamente os conceitos de focalização e modalização, avaliar que pontos precisam ser reforçados por meio de novas revisões e do retorno aos textos-fontes para confirmar os recursos utilizados, observar também a ortografia e pontuação.

REFERÊNCIAS

NA PONTA DO LÁPIS. Programa Escrevendo o Brasil, número 6, agosto de 2007.

NOVA ESCOLA. São Paulo: Ed. Abril, julho/agosto 2009 - mensal.

 

Conceito de Letramento:
                                  Esse conceito foi construído a partir do texto de Magda Soares que tem por título Letramento e Alfabetização: as muitas facetas. Aborda algo que fica entre a invenção da palavra e do conceito de letramento que leva a desinvenção da alfabetização, e a própria Soares diz se atreve ao estar chamando de reinvenção da alfabetização, concluí então que os termos alfabetizar e letramento são indissolúveis, mas ao mesmo tempo específicos, para letrar é preciso alfabetizar, mas não basta só alfabetizar, para ser letrado o sujeito deve saber interpretar o que lê e refletir sobre o que escreve. Além disso, desenvolver habilidades de leitura e de escrita necessárias para uma participação efetiva e competente nas práticas sociais e profissionais que envolvem a língua escrita.
        Embora pareça curioso que essa mesma idéia tenha surgido no mesmo período em países localizados distantes tanto geograficamente como cultural e socialmente, a causa foi bem semelhante; foi a constatação de que a população, mesmo sendo alfabetizada não dominava a leitura e a escrita.
         A preocupação de como seria a inserção do sujeito no mercado de trabalho e no mundo social, a partir do conhecimento da leitura e da escrita surgiu primeiro nos países desenvolvidos, problema que gera preconceito e exclusão em todo o mundo, o Brasil se mantém específico e concluí que “após alguns anos de aprendizagem escolar, o individuo terá não só aprendido a ler e escrever, mas também a fazer uso da leitura e da escrita” conforme palavras da autora.
         O sujeito ao escrever precisa ter consciência que alguém que vá ler compreenda o que está escrito, assim como deverá conseguir interpretar o que lê, sendo um texto, um sinal ou simplesmente uma palavra, que pode estar dizendo muita coisa, a ausência dessa habilidade é denominada de analfabetismo funcional.
         Ao defender que os termos são específicos, Soares propõe uma distinção entre alfabetização e letramento para que a peculiaridade de cada uma seja defendida nesse processo. A reinvenção da alfabetização é necessária não para retornarmos aos paradigmas do passado, mas para superarmos o precário nível de domínio da língua escrita em fases que já deveria ter sido alcançada.


Rob Gonçalves


Essa imagem ilustra bem o conceito de letramento. É abrir as portas e janelas do mundo por meio da leitura, da oralidade e ser capaz de se relacionar bem nas diversas práticas sociais.
"Letramento é, sobretudo, um mapa do coração do homem, um mapa de quem você é, e de tudo que pode ser. "                               


Magda Soares



  A escola que desejamos.

     Essa reflexão foi baseada no texto de Ana Cláudia Sousa Zattprofessora da rede municipal de Porto Alegre, ela relata sua experiência em uma escola localizada em uma área da periferia denominada de Gilberto Jorge. Essa escola é exemplo de construção de autonomia através de práticas participativas envolvendo professores, alunos e a comunidade como um todo.
          Talvez o principal motivo dessa brilhante trajetória se deva a consistência de seu Projeto Político Pedagógico, escrito e produzido por eles, partindo de textos de alunos e professores e também de relatos de escolas próximas, com um pensar crítico e reflexivo a escola sempre soube aproveitar todas as oportunidades que apareceram para realização de projetos coletivos.
          Os aspectos que basearam a construção do PPP foram a crença de que todos iriam aprovar e a diminuição da evasão escolar, dessa forma a escola se tornou inclusiva ou seja, de todos para todos.
          Preocupados com a indisciplina os professores resolveram visitar as casas dos alunos para ver como a questão era tratada em família, a realidade encontrada resultou em um processo de dois anos ligado a comunidade buscando aprofundar o conhecimento sobre suas dificuldades.
          Ao implantar o sistema de Ciclos de Formação que foi proposto pela Escola Cidadã e adotado pela SMED, a Gilberto Jorge abriu mão de ouvir pais e responsáveis por já conhecer muito bem a comunidade que estava colocada e dessa vez deu voz aos seus alunos para que pudessem participar de forma critica e reflexiva. Através de textos elaborados pelos próprios alunos os professores ousaram elaborar o projeto, mexendo inclusive no horário dos períodos de aula, com a intenção de oferecer maior tempo para aprofundar discussões e concluir atividades, possibilitando também a interdisciplinaridade. Para isso foram buscados referenciais teóricos que amparassem a escola nessa decisão.
          O questionamento é “Se a escola possível é possível?” eu particularmente acredito que tudo que for feito com embasamento, dialogo e democracia tem o sucesso garantido, vivemos tempos em que não é mais possível impor a vontade de uns poucos, estamos chegando à era da participação e que ela seja muito bem vinda.




Entrevista sobre gestão escolar.

Escola: Colégio Estadual Paraná.

Diretora: Anélia T. Dias Grassi

1-     A rede estadual de educação no nosso estado, já tem um histórico de eleições feitas de forma direta, incluindo toda a comunidade escolar, ao escolher o gestor dessa forma acredita-se que teremos uma administração também democrática e participativa, como é para a senhora essa questão?

         R. Com certeza nesse modelo de gestão há espaço para participação da comunidade, porém depende muito do pensamento do gestor em relação a abrir espaços porque é preciso abrir com segurança, para não perder esse espaço.

2-     Eu tenho observado nessa escola, que os alunos durante os intervalos, têm liberdade de circular por todos os espaços e dependências, isso também é uma postura que coloca o educando como centro do processo?

         R. Não. Essa circulação de alunos é uma postura de desorganização e vícios. Excesso de liberdade causa indisciplina e desordem e é com muita persistência que irá mudar.

3-     Quando foi construído o atual Projeto Político Pedagógico da escola, a senhora já estava aqui, participou desse processo?

         R. Sim. Eu já estava aqui e participei como coordenadora desse projeto.
     
4-     A escola conta com a ajuda das redes de apoio, quais as instituições que mais colaboram?

         R. A escola conta com Conselho Tutelar, NASCA, DECA, porém muito é deixado para que a escola se vire.

5-     Qual o procedimento quando uma criança adoece e vai para o hospital?

         R. Fica a critério de a família procurar a escola.

6-     Como se dá o funcionamento da FICAI na escola, tem algum responsável?

         R.  A FICAI é feita pelos professores das turmas.

7-     Nessa escola o Conselho Escolar atua de forma efetiva?

         R. Sim temos conselho escolar atuante.

8-     Além do acompanhamento do recreio que é feito por um grupo de mães, a escola tem outros projetos de convivência, quais?

         R. O Projeto da Rádio Escolar faz com que um grupo de alunos colabore, no recreio e atividades na escola.

9-     A escola realizou o PDE, quais as metas e expectativas nesse sentido?

         R. Queremos realizar algumas atividades que dependem de verbas, no entanto acreditamos que o essencial para que dê certo e atinja objetivos muitas vezes não depende de verbas e sim de boa vontade.

10-  Quais eram seus objetivos ao assumir a direção?

         R. Não eram, continuam sendo, eu acredito que podemos ter uma escola participativa, porém organizada.

11- Algum sonho ou plano especial para ser posto em prática até o final da gestão?

         R. Todos os sonhos possíveis de ser sonhado são possíveis de ser realizado.


Comentário crítico.

         Embora eu já conhecesse a Escola Estadual de Ensino Fundamental Paraná há muitos anos, pois minha filha estudou aqui, estar dentro dessa instituição durante meu período de estágio, mudou o meu olhar em relação a vários fatos, cabe salientar que essa mudança foi positiva em diversos aspectos.
         A escola atualmente é exemplo em termos de modernidade, a gestão anterior fez um excelente trabalho, adquiriram muitos equipamentos, que hoje enriquecem o fazer diário em sala de aula, colocando a disposição dos alunos, vários recursos na área da tecnologia e informática que não é comum encontrarmos em escolas estaduais.
         A gestão atual, como podemos ver pela entrevista é focada na organização e aberta a práticas de participação e inclusão, embora caminhe por esse espaço com certa cautela, o que podemos atribuir à responsabilidade que tem com o lugar que ocupa, mas eu gostaria de trazer uma fala do professor Gandin (2010) postada em seu Blog Danilo Gandin, sobre planejamento e mudança que me levou a refletir sobre esse espaço.

        Os estudos sobre administração nos ensinam que suas funções são bem determinadas e palpáveis, inclusive podendo ser quantificadas. Ensinam mais que elas são basicamente as seguintes: captar recursos e organizá-los para que a entidade funcione bem; organizar a ação das pessoas; elaborar planos administrativos e fazê-los cumprir; receber sugestões e implantá-las se estiverem dentro das estratégias da entidade; decidir rapidamente sobre os conflitos, buscando sempre manter a harmonia...
                 ...Mas falta coordenar isto com duas das maiores conquistas do pensamento pedagógico nos últimos tempos: a de que, para ser educador, é necessário pensar e tomar posição (trabalhar com projeto político-pedagógico) e a de que a participação de todos é fundamental para a construção de bons processos escolares. Muita gente até pensa que estas duas conquistas já estão consolidadas e que é moeda corrente nas escolas, o que ainda não é verdade. (Gandin. O gerenciamento do ensino, blog dia 29/04/2010)

         De acordo com o que percebemos aqui, para uma administração participativa também precisamos de uma dose de ousadia que pode ser pensada e medida de acordo com as possibilidades e as necessidades do momento, mas jamais descartada, para não corrermos o risco da acomodação tão fácil de ser encontrada na zona de tranqüilidade. E conforme afirma Libâneo (2001),

...a participação é fundamental para garantir a gestão democrática da escola, pois é assim que todos os envolvidos no processo educacional da instituição estarão presentes, tanto nas decisões e construções de propostas (planos, programas, projetos, ações, eventos) como no processo de implementação, acompanhamento e avaliação.

          Para uma escola da rede estadual, com a quantidade de turmas e alunos que possui, o Colégio Paraná é destaque em organização, qualidade de ensino e práticas de administração e gestão, exemplo a ser seguido, apesar das muitas conquistas que ainda deseja.

                                                                                                                 




Fundamentos e Metodologias da Matemática e das Ciências da Natureza II.


É preciso saber de cor a tabuada SIM.
É preciso ficar decorando a tabuada NÃO.

         Na escola de trinta anos atrás, saber a tabuada de cor, "na ponta da língua", era ponto de honra para alunos e professores do antigo primário. Poucas pessoas, talvez, ousassem por em dúvida a necessidade desta mecanização.
         Na década de 60 despontaram movimentos de todos os tipos, rompendo com tradições seculares: o feminismo, a revolução sexual, os hippies, os Beatles, a revolução cultural na China, as passeatas de estudantes em Paris-68 etc. O ensino da matemática não ficou indiferente ao clima revolucionário. A Matemática Moderna modificou o ensino da matemática. Não vamos discutir aqui as características deste movimento, mas, dentre seus aspectos positivos, destacava-se o desejo de aprendizagem com compreensão.
A memorização também é necessária.
         É claro que este esforço de memorização não deve ser obsessivo. Se um aluno, em algum momento, não se lembrar, por exemplo, de quanto é 7 x 8, é importante que ele tenha a chance de pensar e descobrir por si próprio. Além disso, devemos discutir com os alunos a necessidade desta memorização. Eles devem saber que ela é necessária para que possamos apresentar um bom desempenho em situações mais complexas. A necessidade da memorização justifica-se. Não é á toa que os fatos fundamentais têm este nome. A fixação dos mesmos é importante para que o aluno compreenda e domine algumas técnicas de cálculo. Na exploração de novas idéias matemáticas (frações, geometria, múltiplos, divisores etc) a multiplicação aparecerá com freqüência. Se a criança não tiver fixado os fatos fundamentais, a cada momento ela engasgará na tabuada, desviando sua atenção das novas idéias que estão sendo trabalhadas.
     As intervenções didáticas sugeridas para solucionar os problemas constituíam-se de:
  • Construção de material concreto (tabuada com botões pregados em tecidos para facilitar o manuseio, tabuada com pregos em tábua usando barbantes para chegar ao resultado).
  • Aplicação de desafios aos alunos para estimular o raciocínio permitindo novas contextualizações.
  • Coleta de preços ou encartes de supermercados para realização de simulações de compra e venda.
  • Trabalho em grupo.
  • Criação de “banca de questões”, onde os alunos criavam questões sobre o assunto trabalhado.
  • Discussão de termos usuais na matemática e que enfrentam dificuldades nos trabalhos posteriores.
         Acreditamos que quando o professor procura entender o que está acontecendo com o seu aluno, pesquisando o seu comportamento e introduzindo novas formas de abordagem do conteúdo o sucesso é garantido.
        Entendemos que o objetivo principal do aluno ao sair da 4o série é saber as quatro operações, então por que não fazer questões onde use situações de entendimento para ele? Durante o restante de sua vida será cada vez mais difícil contextualizar situações de matemática. Portanto entendemos que neste momento quanto mais contextualizada, divertida e desafiante for matemática, melhor será para o aluno compreender e gostar da matemática.
         A construção de material concreto para aplicar em sala de aula, sobre algum conteúdo trabalhado é importante, pois leva o professor ter mais confiança em seu trabalho, pois partiu dele a construção, permitindo a ele ter mais segurança e assim romper com velhas construções que temos incorporado em nosso ser professor, a mudança de estratégia é inevitável, não podemos admitir índices de repetência como os atuais, e se eles estão aí significa que o trabalho deve ser melhorado e com este trabalho tentamos dar a nossa contribuição.
         Respondendo então á pergunta que dá título a esta leitura, devemos dizer que o aluno não deve decorar mecanicamente a tabuada, mas que precisa fazer um certo esforço para memorizar. Insistimos, porém que esta memorização deve ser precedida pela compreensão. A ênfase do trabalho deve ser posta na construção dos conceitos. A preocupação com a memorização não deve ser obsessiva e exagerada.




Aprendendo Ciências.

          Essa é uma síntese do texto de César Coll e Ana Taberosky, que tem por título Tecnologia e Sociedade, composto de mais três subtítulos Tecnologia e sociedade ao longo da história, As máquinas e Tecnologia e sociedade atuais.
          Para sobreviver o ser humano utiliza recursos da natureza, para satisfazer todas as suas necessidades, muitas vezes é necessário extraí-los, transformá-los e combiná-los com outros recursos. Mas o progresso também tem seu lado negativo, pois o uso de algumas técnicas faz com que os recursos naturais sejam explorados de forma intensiva.
          A tecnologia evoluiu muito, mas ao longo da história o ritmo dessa evolução não foi constante; houve longos períodos em que praticamente não ocorreram mudanças tecnológicas. Por outro lado houve épocas que houve rapidez e importantes mudanças como durante o Renascimento, atualmente vivemos uma época de grandes avanços tecnológicos. As duas grandes revoluções tecnológicas da história foram a do Neolítico e a Revolução Industrial. Muitos acreditam que o atual desenvolvimento das telecomunicações e da informática constitui uma terceira revolução tecnológica.
         Pelas suas características físicas, os seres humanos teriam poucas possibilidades de sobreviver se não tivessem desenvolvido a tecnologia. No entanto o ser humano possui um par de mãos, um cérebro e desenvolveu um instrumento muito valioso: a linguagem.
         Mesmo antes da revolução do Neolítico, apesar da sua tecnologia simples, os nossos antepassados, já possuíam uma inteligência comparável. Mas somente há cerca de 10.000 anos começou a verdadeira revolução tecnológica e social, devido à domesticação de alguns animais e a invenção da agricultura. Foi uma idéia revolucionária em vez de sair para caçar animais, criá-los e ter uma fonte segura de carne, pele e leite, e também cultivar os vegetais principalmente os cereais.
         Surgiu então o conceito de propriedade, a criação de cidades e com isso os primeiros artesãos e comerciantes. Os agricultores puderam se estabelecer em um lugar fixo e surgiu a olaria e um pouco mais tarde a metalurgia. Até o final do século XVII, produziram-se muitas descobertas e invenções, mas nenhum desses avanços mudou a relação entre os seres humanos que continuavam ricos ou pobres.
         Com a chegada da Revolução Industrial, uma série de mudanças, econômicas, políticas e tecnológicas aconteceu e passaram a agricultura para um segundo plano. Com a invenção da máquina a vapor foi possível fabricar todo tipo de produto de forma rápida a com custos relativamente baixos. Para manter a produção e aumentar ainda mais os lucros, cada grande fábrica precisava de centenas ou mesmo milhares de trabalhadores. Atraídos pela promessa de um salário seguro, muitos agricultores abandonaram o campo para procurar trabalho nas fábricas, no entanto, as condições de vida eram precárias e moravam em circunstâncias desumanas.
         As máquinas são instrumentos de transformação, por maiores e mais complexas que sejam são o resultado de cinco peças simples que a humanidade foi descobrindo: a alavanca, o plano inclinado, o parafuso, a roda e a roldana.
         Ao longo da história chamamos de setor primário as sociedades agricultoras, sua economia esta relacionada com a produção de alimentos. As sociedades industrializadas chamam-se setor secundário relacionado com a produção de artigos manufaturados. Atualmente destacam-se as atividades ligadas ao setor terciário, setor dos serviços, hoje o importante é a informação. Os países mais ricos e com maiores perspectivas de futuro são os que possuem as maiores redes de telecomunicações e uma população com um alto grau de instrução.
         A informática e as telecomunicações mudaram profundamente a vida das pessoas. Temos diante de nós um futuro promissor, desde que saibamos tomar decisões sensatas, como utilização de energias renováveis, principalmente a energia solar e a energia eólica (do vento). As máquinas e os computadores se ocuparão das tarefas monótonas e repetitivas e nos encarregaremos dos trabalhos mais criativos, teremos que arcar com o desemprego em função disso, terão que ser encontradas novas alternativas para isso.
         O certo é que o futuro se abre diante de nós como uma grande aventura com muitas mudanças, novidades e grandes decisões a serem tomadas.

                                             


Projeto de Trabalho.

I TEMA/ TÍTULO DO PROJETO

Demonstrar a preocupação com o Meio ambiente através de gráficos no computador.

II OBJETIVO

  • Produzir, analisar e comparar gráficos por computador.
  • Preservar os recursos naturais Possibilitar um desenvolvimento e interação social;

III CONTEÚDOS

  • Conceituais:
- Recursos visuais (gráficos e tabelas) para sintetizar informações.

  • Procedimentais:
- Coleta e organização de dados.

  • Atitudinais:
- Perceber o avanço tecnológico através dos tempos.
- Ponderar que pode usar recursos tecnológicos e ao mesmo tempo preservar o meio ambiente.

IV METODOLOGIA/ SITUAÇÕES DIDÁTICAS
  1. Formar equipes de quatro a cinco alunos e distribuir a cada uma delas uma cartolina onde terão que desenhar ou escrever o que sabem a respeito do tema Estipular um tempo para que realizem o levantamento do conhecimento prévio. É preciso definir o que os estudantes já sabem e o que precisam saber. Em seguida abrir as descobertas dentro do grupo classe. Esse momento de discussão permite que os alunos partilhem seus conhecimentos entre si e com os professores, gerando mudanças de atitude em relação ao tema. 
  2. Contato com o problema - Sabemos que nosso planeta vem adoecendo a cada dia, aquecimento global, devastação de nossas florestas, poluição de nossas águas. A destruição do meio ambiente é muito grave, pois significa a perda do controle climático da terra. Esse descontrole pode produzir inundações e secas, que provocam a morte de milhares de seres vivos. Muitos já ouviram falar de todos esses problemas e questionamos: O que já fizemos para ajudar o meio ambiente? Abrir a discussão em cada grupo para que os alunos possam relatar fatos ou experiências já vividas. Promover fontes de pesquisa (sites, revistas, livros, reportagens) para que cada grupo possa aprofundar e se atualizar frente aos problemas ambientais. Propor que os estudantes coletem, selecionem e organizem os dados obtidos na pesquisa. Salientar que a exploração da natureza e utilização de seus recursos não são atos necessariamente destrutivos. O que os torna destrutivos ao meio é a maneira como é realizada, a relação entre a quantidade e o tempo efetivo em que ocorre é que gera o desequilíbrio.
  3. Partindo para a ação. Pedir para que cada aluno faça um levantamento em sua casa, conversando com os adultos, para saber qual é o tipo de lixo mais produzido dentro de seu ambiente. O que mais desperdiçamos? Qual é a embalagem do produto que mais consumimos? Qual é o destino dessa embalagem? Ao longo de uma semana cada aluno      realizará esse levantamento em sua casa. Em sala de aula, cada qual em sua equipe, colocará esses dados em uma tabela construída por eles mesmos no computador, comparando-os com os dos demais componentes. 
  4. Tabela 1
ALUNO
EMBALAGEM - PRODUTO
QUANTIDADE
DESTINO
















        
         A turma deverá transformar esses dados em uma tabela única. Apontando o que ficou em destaque.
Tabela 2 
Embalagem/
Produto
Tempo
de decomposição
Reciclagem/ Reciclagem 
Bandeja
de isopor (frios)

 1. Suporte para misturar   tintas


2. Disco de frações

         A intenção em pensar qual é o lixo que mais produzimos, é fazer com que todos se mobilizem para a sua reutilização, a sua reciclagem. Para isso perguntamos aos nossos estudantes: Qual é o tempo de decomposição desse material no meio ambiente (pesquisa prévia)? O que pode ser reaproveitado? Para quê? Poderão alimentar
 com os dados descobertos e apontados na tabela em sala de aula. Nesse painel deverá constar uma nova tabela (Tabela 2) que mostre primeiramente os itens que foram selecionados.
4 - Produto final A partir desse trabalho coletivo cada turma se dedicará para uma etapa específica de seu projeto. Nesse momento o professor deverá exercer o seu papel de mediador e ao mesmo tempo focar o trabalho de cada grupo, que consiste em praticar quatro ações que começam com a letra R: reutilizar, reciclar, reduzir e recuperar. Reutilizar determinados objetos que são considerados inúteis, dando-lhes novos usos. 
- Reciclar os materiais. 









- Separar o lixo em papéis e plásticos. 
- Reduzir o consumo de mercadorias e energia. 
- Recuperar objetos. 
- Antes de comprar algo, de utilizar um aparelho elétrico, devemos pensar se realmente é necessário ou não. 


V AVALIAÇÃO

         Observar a interação do aluno com o projeto. Verificar o desenvolvimento da ação positiva frente às propostas. Perceber a mobilização individual e coletiva para preservar e melhorar o seu entorno. Verificar se o aluno percebe que esse trabalho não se resume a uma iniciativa pontual. Observar se o painel criado reflete um posicionamento crítico em relação às propostas. Avaliar se o aluno, tendo realizado várias atividades em pequenos grupos de busca de informações em fontes variadas, é capaz de cooperar nas atividades de grupo e acompanhar as etapas do projeto.
             Verificar se os alunos compreendem a necessidade de estabelecer categorias e se conseguiu criar gráficos e perceber a utilidade específica de cada tipo. Avaliar se conseguiram fazer a interação de preservar o meio ambiente e utilizar também os novos recursos oferecidos pela tecnologia.

Referências:

Revista Nova Escola, editora Abril, junho/julho de 2009.








Fundamentos e Metodologias das Ciências Sociais.



Buscando relação entre significante e significado.

          Segundo Piaget, o sujeito constrói o conhecimento através do seu convívio com o meio e os fatos que o rodeiam, nesse processo os conceitos vão sendo construídos através da Assimilação, ou aquisição de conhecimentos, a partir da Assimilação vamos entender o processo de equilíbrio das estruturas cognitivas do sujeito,pois este se adapta ao meio na medida em que se constroem essas estruturas. Na primeira infância os jogos, os desenhos e a imitação têm papel predominante nesse processo de formação e construção de conhecimentos porque essa é a fase das comparações entre o real e o imaginário para a criança, que é curiosa por natureza e vai aprender o que tiver significado para ela.
          Para o construtivismo epistemológico o importante não é a quantidade de conhecimentos que o sujeito esta adquirindo e sim a qualidade desse conhecimento, uma vez que as aprendizagens significativas é o grande objetivo do processo de assimilação.
          Quando oferecemos ao aluno, uma situação de aprendizagem que conduza à construção de conhecimento é preciso considerar o seu nível de desenvolvimento para avaliar suas condições de assimilação daquilo que queremos que ele construa, conhecendo nossos alunos, suas vivências e seus conhecimentos prévios é bem mais fácil planejar e adequar o processo de ensino e aprendizagem.
          No ensino da geografia, por exemplo, o aluno esta pronto para o estudo dos mapas, quando já adquiriu as noções básicas de organização espacial como a lateralidade e a reversibilidade, assim como, a sua relação com o tempo e o espaço. Esse processo é bem demorado para a criança e depende de seu estágio de desenvolvimento cognitivo. Só a partir desse período é que a criança vai fazer relação entre significante e significado.
          A partir disso podemos ensinar geografia, mas deixando de lado a “decoreba”, e as práticas repetitivas, adotando uma prática reflexiva, baseando-se no concreto e no lúdico, , assim como as saídas a campo com os alunos para que possam visualizar o aprendido, dando significado, assim, aos conhecimentos construídos. Dessa forma poderão construir conceitos próprios baseados em fatos sociais ampliando suas visões de mundo.
         Vygotsky acredita que a criança aprende interagindo com o mundo e seus pares, ou seja, podemos construir suas aprendizagens oferecendo bagagem e reflexões adequadas ao seu nível de desenvolvimento pessoal ou proximal, segundo essa concepção os jogos e a interação em grupo, são fundamentais para o alcance de objetivos.



Urbanização.

         Com base no texto de Ana Fani Alessandri Carlos que tem por titulo Apresentando a metrópole na sala de aula, construí essa reflexão focando nas distorções sociais encontradas em um grande centro urbano.
         A formação das grandes metrópoles teve início junto com o processo de industrialização, por volta de 1940, quando os moradores das zonas rurais atraídos por empregos, salários e outros benefícios começaram a se deslocar para as cidades buscando melhoria de vida para si e suas famílias, com o passar dos anos em torno de 1960, cresceu a mecanização das lavouras, surgindo então o excedente da mão de obra, essa migração se intensificou provocando o crescimento das favelas e com ela o aumento da marginalização e violência.
         Nesse contexto encontramos também os moradores de rua, os menores abandonados, os desempregados que em situação subumana, abaixo da linha da pobreza, privados de muitas necessidades básicas como moradia, alimentação, saúde e higiene, causam revoltas e desespero dentro de um contexto em que alguns têm muito e outros precisam tanto. É um quadro de distorção social visível aos olhos de quem deseja ver.
         Mas nas metrópoles a classe média, a trabalhadora também sofre por falta de recursos, o transporte coletivo é deficiente, os impostos são altos, a carga horária de trabalho é exaustiva e o custo de moradia é muito alto, levando essas pessoas a geralmente morarem longe do trabalho, levando muito tempo para deslocamento, tempo que poderia ser usado para descanso e lazer, se o lazer não fosse tão caro é claro.
          Os únicos beneficiados são a classe alta, que pode se instalar em grandes condomínios, cercados de comodidade e conforto, e pagar para que o lazer esteja ao alcance das suas mãos, ou se transportar comodamente para onde desejar, usufruindo da modernidade e do comércio variado.
         A paisagem que vemos hoje nas grandes cidades é um amontoado de prédios, viadutos, propagandas e placas. Construções novas se misturam com obras deterioradas pelo tempo e pela falta de conservação, essa mistura de cores e formas gera uma grande poluição visual, além é claro do trânsito sempre intenso, aliado ao vai-e-vem intenso de pedestres em sua maioria sempre com pressa.   
         As regras de convivência, na verdade, são impostas pela situação social de cada uma das categorias da população urbana, ainda mais, por um forte esquema de segurança que não permite ao pobre se aproximar do rico. As disputas e a violência, regras de existência nas grandes metrópoles, causa isolamento entre as pessoas e aumenta a distância social, a verticalização das moradias e também de muitos escritórios contribui para aumentar esse quadro.
         Se nesse contexto ainda for possível sonhar, eu acho que é cada vez mais urgente que seja diminuída essa diferença entre o pobre e o rico, para que ainda tenhamos um pouco de dignidade e respeito pela situação humana nesse mundo tão distorcido. Seria essa a principal necessidade dentro do conceito de urbanização: A HUMANIZAÇÃO, UM OLHAR PARA O PRÓXIMO COM MAIS CARIDADE E COERÊNCIA.
         

Um comentário:

Nadir disse...

Fátima você me ajudou bastante no que se refere a nasalização, tirou-me algumas dúvidas, obrigada e continue postando mais informações diversas.